Gravura Brasileira

Cris Rocha

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O olhar que faz e o olhar que assiste, ambos se encontram no trabalho artístico. Para quem cria se faz necessário o distanciamento da imaginação, o olhar avesso que escolhe a que de seu gesto quer atribuir significado. Para quem olha, a proximidade e o envolvimento informam e ampliam a compreensão do que está em movimento. Movimento este que é parte da imagem, mas que vem antes e segue depois desta.

Nesta série de pinturas e gravuras, Cris Rocha apresenta o andamento do que de vida está pleno. E aí reside o encanto e a coragem de sua escolha. Decidida a entender e apreender a estrutura das formas que vê e imagina, aquilo que não se revela ao olhar despreparado, ela ultrapassa a construção formal da imagem para vivenciar, ao seu modo silencioso, uma experiência transformadora. É percebendo a ordem do mundo externo que ela o transcende. Toca a si mesma. Depura seu imaginário dos artifícios que velavam sua memória.

Cris afirma que as imagens são criadas tendo como referências portas, arcos, passagens. Estruturas físicas. Me permito dizer que ela está a construir a casa de si mesma. Aquela em que, como afirma Bachelard, estamos longe de qualquer referência às simples formas geométricas. A casa vivida não é uma caixa inerte. O espaço habitado transcende o espaço geométrico. Cris olha internamente os passos que no decorrer de sua trajetória vem imaginando. E imagina-os com o prazer de quem descobre que é possível buscar o sentido das coisas quando estas tem sentido.

Regina Ohlweiler
texto para exposição "passos que imaginei"  - abril/2000

 

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