Gravura Brasileira

Michael Muller

Michael Muller

De 16/3/2019 a 18/4/2019

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Gravura Brasileira

convida para a abertura da exposição 

 

"AFINIDADES - AFFINITÄTEN"

xilogravuras de Michael Muller

 

abertura- 16 de março de 2019, sábado, 13-17h

 

 

Em sua primeira exposição individual na galeria Gravura Brasileira, o artista alemão Michael Muller irá mostrar cerca de 40 xilogravuras versando sobre as afinidades culturais alemãs e brasileiras percebidas pelo artista que circula há muitos anos pelos dois países. 

Muller divide a mostra em 7 setores: Afinidades, História Verdadeira,  “Onde começa a realidade vivida, onde termina a realidade poetizada”?,  Flora Brasiliensis,  Viagem pitoresca ao Brasil,  A novela de Xadrez e Bachianas Brasileiras

 

 

AFINIDADES

1. Afinidades

 

O historiador da cultura e musicólogo prof. Tiago de Oliveira Pinto aplica o conceito de afinidade ao intercâmbio cultural:

A transferência cultural, para ter êxito, necessita de referenciais em comum. Tais afinidades culturais surgem inesperadas. Também podem ser rastreadas intencionalmente ou ser construídas sistematicamente. Todo intercâmbio cultural confia em afinidades. Visto assim, a globalização é o maior entreposto para trocar elementos afins.

 

2. História Verdadeira

Hans Staden, 1525-1576, foi um mercenário alemão ao serviço da colonização portuguesa. Escreveu o primeiro livro detalhado sobre o Brasil na Alemanha, marcando por longo tempo a visão que se tinha dessa parte do Novo Mundo. Tendo saído do seu “Baluarte” em Bertioga, para fazer uma excursão, diz que foi capturado por índios que queriam matá-lo e devorá-lo ritualmente. Foi salvo. O seu livro publicado em 1557 na cidade de Marburg (Hessen) – “História Verdadeira e Descrição de uma Terra de Selvagens, Nus e Ferozes Comedores de Seres Humanos, situada no Novo Mundo da América” – é hoje em dia uma obra de grande importância para a pesquisa sobre o Brasil. A iniciativa para essa publicação se deve ao professor de medicina Dryander. Há pesquisadores que o consideram o verdadeiro autor do relato de Staden.

 

3. “Onde começa a realidade vivida, onde termina a realidade poetizada”?

Jorge Amado escreveu sobre Anna Seghers: „Ela era a nossa irmã. Nunca ninguém no mundo possuía tanto charme e imaginação quanto Anna – tanto, tanto”. Anna Seghers o chamava de “Balzac brasileiro”. Voltando do Brasil para a Alemanha, a Seghers escreveu, no próprio navio, uma carta para Amado dizendo: “Tudo tinha começado com o Cruzeiro do Sul, na constelação do Centauro. Mais tarde Vinicius de Moraes nos mostrou o Cruzeiro, através das malhas da grade na sua varanda, assim como a gente deixa ver as crianças uma sala de festa iluminada, olhando pelo buraco da fechadura...  Quantos sacos de cacau se havia carregado para o nosso navio. Com cada nova carga, com o ranger dos grãos de cacau pisoteados, caídos de sacos estourados, com o cheiro de cacau que ainda neste momento, em pleno oceano, está exalando do porão do navio – a gente vai se lembrando de um dos teus romances, como se todo esse cacau viesse de uma fazenda das tuas poetizações... Onde começa a realidade vivida, onde termina a realidade poetizada?”

 

4. Flora Brasiliensis

 

Com o Iluminismo e o desenvolvimento da visão científica do mundo, veio se mudando a percepção do Brasil. Alexander von Humboldt havia aberto a porta para isso. Foi seguido de muitos cientistas que reuniram amplas coleções da flora e fauna, sistematizaram fatos e correlações, começando assim a jogar luz na selva amazônica, até então escura do ponto de vista europeu. 

Entre os mais importantes pesquisadores alemães estavam Carl Friedrich Philipp von Martius (1794-1868) e Johann Baptist von Spix (1781-1826). Naquela época alguns ainda acreditavam na origem bíblica da Humanidade e consideravam os índios como uma das doze tribos de Israel. Martius e Spix, porém, já duvidavam dessa opinião, mais tarde refutada por Charles Darwin.

 

5. Viagem pitoresca ao Brasil

 

Johann Moritz Rugendas (1802-1858) é oriundo de uma família de artistas de Augsburg (Baviera). 

Em 1821 ele aproveita a oportunidade de viajar, junto com a expedição do cônsul russo no Brasil, o barão de Langsdorff, ao interior da América do Sul. Durante a viagem, ele rescinde o seu contrato, para poder dedicar-se plenamente a retratar o Brasil, os animais, as plantas e os moradores. Além disso, ele documenta a vida multifacetada no Rio de Janeiro na época da Independência. Em 1825, o rei Max Joseph o chama de volta para a Baviera, onde ele deve elaborar e publicar um atlas ilustrado sobre as suas andanças e vivências. 

Na viagem de regresso, Rugendas encontra, em Paris, Alexander von Humboldt, que se entusiasma pelos seus trabalhos. Ali ele consegue, no ano seguinte, imprimir a sua “Viagem pitoresca no Brasil”, com 100 litografias, na editora de Godefroy Engelmann. 

A obra completa de Rugendas, hoje em dia, é de valor inestimável, como obra de arte e como documento histórico.

 

6. A novela de Xadrez

 

Stefan Zweig escreveu a Novela de Xadrez entre 1938 e 1941, no exílio brasileiro. É a sua última obra, e ao mesmo tempo uma das suas mais famosas. Durante a noite de 22 para 23 de fevereiro de 1942, Stefan Zweig, junto com a esposa Lotte Altmann, se suicidou em Petrópolis (perto do Rio de Janeiro), virando assim um representante emblemático dos muitos intelectuais que tiveram que fugir da tirania, no século XX. Nessa novela, “Xadrez”, são evocados intensamente os abismos psíquicos vivenciados por um prisioneiro da Gestapo, contrastando com o quadro narrativo, o mundo de passageiros abastados viajando em um paquete de Nova Iorque para Buenos Aires, no início da Segunda Guerra Mundial. O jogo de xadrez, que inicialmente só tem um papel de entretenimento, ganha seu verdadeiro significado a partir da intervenção do Dr. B., um advogado austríaco culto, representante de valores humanistas, o qual, para sobreviver psicologicamente na prisão nazista, passou a se dedicou freneticamente ao xadrez.

 

7. Bachianas Brasileiras

 

“Bachianas Brasileiras“, a maior homenagem musical jamais prestada a Johann Sebastian Bach, tem a sua origem no Brasil. 

Heitor Villa-Lobos (1887-1959), sempre preocupado em obter reconhecimento universal para uma música profundamente brasileira, se inspira na obra de um compositor alemão para manifestar em seu famoso ciclo „Bachianas Brasileiras“ uma identidade cultural brasileira. A contradição é aparente apenas, pois há uma compatibilidade estrutural entre a textura característica em obras instrumentais de Bach e o repertório dos conjuntos de choro da música popular urbana do Brasil, no início do século XX, o que permite, com naturalidade, um diálogo entre as Bachianas Brasileiras e a música de Bach, sem que este último jamais seja citado e muito menos copiado. Essas afinidades musicais que sustentam a brasilidade das composições de Villa-Lobos, também lhes conferem – assim como ocorre com a obra de Bach – um significado que transcende em muito o âmbito da nacionalidade (Tiago de Oliveira Pinto, Universidade de, Weimar).

 

Os trabalhos gráficos originais do múltiplo de Arantes Müller têm as medidas de 60 x 30 cm. 

Foram impressos, a partir dos clichês originais, pelo próprio artista, na prensa Kniehebel n° 309, fabricada em 1902 pela firma W. A. Ales, Leipzig, com tiragem exclusiva, em cartolina 170 g/m 2.

 

(Tradução: Prof. Berthold Zilly) 

 

 

Sobre a Arte de Michael Arantes Müller

 

“As xilogravuras de Michael Arantes Müller não são como as dos expressionistas, que deslocam a técnica medieval para o modernismo impressa em uma madeira especialmente cortada. Também não existem cópias, tudo é único. Ele usa suas reservas de pedaços de

madeira encontrados, que assumem suas formas trabalhadas sempre em novas variações, em parte, sinais dos acontecimentos atuais. O que surge, e que não pode ser detalhado, são quadros de uma poesia singular. Elas são montadas em camadas, como se tivessem sido

produzidas sinteticamente, o que confunde mais ainda o observador. Assim, elas dão a impressão de ter uma origem arcaica, como se pertencessem de mitos há muito enterrados. Seu procedimento é simples e, ao mesmo tempo muito sutil.  Às vezes parece que ele mesmo está surpreso, com as associações de formas que inventadas ganham nova vida no papel. Um procedimento surrealista da metamorfose, da interpretação surpreendente. Não é por acaso que se pensa, ao observar suas obras, que se trata de Max Ernst e suas extrações da “Histoire Naturelle”, que executam uma nova naturalização de formas culturalmente condicionadas. Nessa arte, trata-se de produzir quadros de um vocabulário sincrético. A combinação do velho e do novo, parecendo algo ainda não visto. Pois o novo como categoria autônoma tornou-se obsoleto na arte, ele gira em círculo e pode ganhar em profundidade, onde o  desenvolvimento linear não mais é imaginável.” 

 

Trechos de Matthias Flügge, 

(Matthias Flügge foi Presidente da Academia das Artes de Berlim-Brandenbürg. Hoje é Reitor da Universidade de Arte em Dresden.)

 

 

Nasceu em 1953, em Berlim - Oriental. Estudou Artes Plásticas na Universidade de Arte HGB em Leipzig na Alemanha Oriental (RDA). Residiu e trabalhou em Leipzig até a queda do muro no ano de 1989. Deste 1995 vive e trabalha em Berlim na Alemanha.

Em 1991 ateliers na Itália e em Salzburg. Professor na  "Sommerakademie" (Academia de verão) de Arte International em Salzburg na Austría. A partir de 1994 até 2004 realiza viagens de expedicão artística e cinematográfica na região Amazônica – Brasil e Peru. No ano 1999  viagem de pesquisa na China. Em 2003 viagem de pesquisa no Egito. Desde 2002 é Curador da Galeria - Forum "Berlin am Meer" (Berlim ao mar) em Berlim. 2005 professor curso da xilogravura no MAM Salvdor Bahia, 2007 Professor para curso da xilogravura no FAAP em Sao Paulo. 2007 Premio do ministerio da cultura do Brasil "Merit Cultural" para o projeto "Verde".

 

 

 

Galeria Gravura Brasileira

Abertura - 16 de março, sábado, 13-17h

Período expositivo: 18 de março a 18 de abril de 2019

artista: Michael Muller

fotos: divulgação

Horário de funcionamento: 

Segunda a Sexta: 12h00 às 18h00 ou com hora marcada

 

 

Rua Ásia, 219, Cerqueira César, São Paulo, SP

CEP 05413-030 - Tel. 11 3624.0301

www.gravurabrasileira.com

http://www.facebook.com/galeria.gravura.brasileira

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
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